Raciocínio indutivo – metodo indutivo e dedutivo

 

Raciocínio indutivo

Na lógica, um raciocínio indutivo é um tipo de raciocínio ou argumento que partindo de premissas particulares obtém uma conclusão universal. Alternativamente, pode ser definido como um argumento no qual a conclusão tem uma abrangência maior que as premissas.

Dedução e indução

A lógica diferencia duas classes fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argumentos dedutivos são aqueles que as premissas fornecem um fundamento definitivo da conclusão, enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma fundamentação da conclusão, mas não uma fundamentação conclusiva, identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raciocínio válido. Uma outra maneira de expressar essa diferença é dizer que numa dedução é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, mas no raciocínio indutivo no sentido forte isso é possível, mas pouco provável. Num raciocínio dedutivo a informação da conclusão já está contida nas premissas, de modo que se toda a informação das premissas é verdadeira, a informação da conclusão também deverá ser verdadeira. No raciocínio indutivo a conclusão contém alguma informação que não está contida nas premissas, ficando em aberto a possibilidade de que essa informação a mais cause a falsidade da conclusão apesar das premissas verdadeiras.

Indução em Aristóteles

A palavra grega epagogé [ἐπαγογή] é traduzida geralmente por “indução”, mas o sentido em que foi usada por Aristóteles não coincide totalmente com o conceito moderno. Esse filósofo afirma na Metafísica que Sócrates foi o primeiro a usar a indução e a dar definições.

Indução e método científico

Raciocinar indutivamente é partir de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal, por exemplo:

O ferro conduz eletricidade
O ferro é metal
O ouro conduz eletricidade
O ouro é metal
O cobre conduz eletricidade
O cobre é metal

Logo os metais conduzem eletricidade.

Os indutivistas criam que as explicações para os fenômenos adivinham unicamente da observação dos fatos.

O princípio de indução não pode ser uma verdade lógica pura, tal como uma tautologia ou um enunciado analítico, pois se houvesse um princípio puramente lógico de indução, simplesmente não haveria problema de indução, uma vez que, neste caso, todas as inferências indutivas teriam de ser tomadas como transformações lógicas ou tautológicas, exatamente como as inferências no campo da Lógica Dedutiva.

Método dedutivo

Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada(s) premissa(s).

A indução normalmente se contrasta à dedução.

Essencialmente, os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras.

Possui base racionalista e pressupõe que apenas a razão pode conduzir ao conhecimento verdadeiro. Partindo de princípios reconhecidos como verdadeiros e inquestionáveis (premissa maior), o pesquisador estabelece relações com uma proposição particular (premissa menor) para, a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade daquilo que propõe (conclusão).

História

O método dedutivo surgiu na Grécia antiga, com o silogismo do filósofo Aristóteles e também foi desenvolvido por Descartes, Spinoza e Leibniz.

Entretanto, é importante frisar que a dedução (e, consequentemente, o método dedutivo) não oferece conhecimento novo, uma vez que sempre conduz à particularidade de uma lei geral previamente conhecida. A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui. Ela tem como ponto de partida o plano do inteligível (ou seja: da verdade geral, já estabelecida) e converge para um ponto interior deste plano.

Na literatura

O método dedutivo se tornou popular principalmente com as publicações das obras de Sir Arthur Conan Doyle, criador do célebre Sherlock Holmes. Doyle demonstrou que toda dedução lógica, uma vez explicada, torna-se “infantil”, pois a conclusão provoca espanto e admiração apenas enquanto os passos de seu desenvolvimento investigativo ainda são desconhecidos.

Aplicações

Processos similares aos do método dedutivo são amplamente empregados na criminalística forense, porém amparados pela metodologia da abdução e da indução, que são outras modalidades de raciocínio lógico.

Exemplos

Todo vertebrado possui vértebras. Todos os cavalos são vertebrados. Logo, todos os cavalos têm vértebras.

Todo metal conduz eletricidade. O mercúrio é um metal. Logo, o mercúrio conduz eletricidade.

Nos exemplos apresentados, as duas premissas são verdadeiras, portanto a conclusão é verdadeira.

Sofismas

Ao constituir uma observação lógica Aristotélica, deve-se tomar cuidado com o sofismo. Sofismo é um raciocínio falso, mas com aparência lógica. Exemplo:

As galinhas tem dois pés, homens tem dois pés, logo homens são galinhas.

Os nazistas eram nacionalistas, norte-americanos são nacionalistas, logo norte-americanos são nazistas.

Método indutivo

Método indutivo, ou indução, é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral. A indução, ao contrário da dedução, parte da experiência sensível, dos dados particulares Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Utilizando como exemplo a enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem. É importante que a enumeração de dados (que correspondem às experiências feitas) seja suficiente para permitir a passagem do particular para o geral. Entretanto, a indução também pressupõe a probabilidade, isto é, já que tantos se comportam de tal forma, é muito provável que todos se comportem assim.

Em função desse “salto”, há maior possibilidade de erro nos raciocínios indutivos, uma vez que basta encontrarmos uma exceção para invalidar a regra geral. Por outro lado, é esse mesmo “salto” em direção ao provável que torna possível a descoberta, a proposta de novos modos de compreender o mundo. Por isso, a indução é o tipo de raciocínio mais usado em ciências experimentais.

Exemplos

Exemplo 1

Retirando uma amostra de um saco de arroz, observa-se que aproximadamente 80% dos grãos são do tipo extrafino. Conclui-se, então, que o saco de arroz é do tipo extrafino.

Exemplo 2

A pesquisa eleitoral é outro exemplo do raciocínio indutivo. Através da amostragem de eleitores realiza-se a pesquisa que irá ser utilizada para encontrar o porcentagem|percentual de votos de cada um dos candidatos.

É claro que a validade dos resultados depende da representatividade da amostra e o método estatístico é sua base de sustentação. No exemplo 1 podemos ao retirar 1 grão de arroz constatar que ele não se encaixa nos padrões definidos para o tipo extra-fino e a pesquisa eleitoral pode prever como ganhador o candidato errado, embora possamos retirar um grão de arroz que se encaixe nos padrões e acertar o resultado da eleição.

As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre com a dedução. Assim, se por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que baseada em premissas igualmente verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis.

Comparando o método dedutivo e o indutivo, concluímos que enquanto o pensamento dedutivo leva a conclusões inquestionáveis, porém já contidas nas hipóteses, o raciocínio indutivo leva a conclusões prováveis, porém mais gerais do que o conteúdo das hipóteses.

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